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Pub Ala Bote - Ribeira Grande - Julho 2007

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Cavalhadas de São Pedro

Todos os anos, no dia 29 de Junho, realiza-se um cortejo em honra de São Pedro, na freguesia do mesmo nome, cidade da Ribeira Grande, ilha de São Miguel Açores.
De origem religiosa, exprime reconhecimento ao Santo Pescador por ter, nos tempos do século XVI, impedido que a igreja, a ele dedicada, fosse destruída por crise vulcânica.
O cortejo é constituído por cavaleiros, montados nos seus cavalos, que percorrem as ruas da zona da cidade.
Os cavaleiros usam roupagem característica e com chapéus a condizer, sendo os animais cobertos por um lençol branco. O cortejo é dirigido por um responsável, a que se dá o nome de Rei, o qual traz quatro lanceiros no começo e no termo do cortejo e, também, um corneteiro.
Ao chegar á porta principal da igreja paroquial, o Rei, sempre montado no seu cavalo, dirige uma saudação, em verso, a São Pedro, narrando os passos da sua vida de pescador e de Apóstolo de Cristo.
Em seguida, são dadas, pelos cavaleiros, sete voltas ao templo, em honra dos Sete Dons do Divino Espírito Santo.
Após este cerimonial, a embaixada segue para o centro da cidade, prestando homenagem ás Autoridades, concentradas na varanda dos Paços do Concelho.
O conjunto dos Cavaleiros dão três voltas à igreja Matriz e à ermida de Santo André, irmão de São Pedro.
A seguir, o desfile prolonga-se pelas ruas das freguesias da cidade - Ribeirinha, Conceição, Matriz e Santa Bárbara, terminando por volta das dezasseis horas.
O seu começo foi pelas doze horas.
O dia 29 de Junho é Feriado do Município e costuma a Ribeira Grande ser visitada por numeroso público vindo dos outros pontos da Ilha e, igualmente, por muitos turistas.
O número de cavaleiros tem aumentado nos últimos anos, chegando a atingir cento e vinte participantes.
Tem-se notado ultimamente a participação de pessoas do sexo feminino - autênticas amazonas que oferecem graciosidade ao cortejo.
É de venerada tradição aparecer grupos a dar notícias e a dirigir críticas ás autoridades, por acontecimentos registados ao longo do ano.
Uma outra tradição é colocar na igreja paroquial centenas da "alampadas" que são um conjunto de frutos da época, muito bem envolvidos por flores e verduras, dando um aspecto de beleza e de frescura.
As "alampadas" são vestígios do antigo costume de oferecer as primicias dos frutos da terra á igreja paroquial.
Na baú da promessa da realização das Cavalhadas encontram-se os louvores ao Divino Espírito Santo e o reconhecimento a São Pedro pela protecção ao povo, como Chefe da Igreja Universal, a qual incluía a bênção aos animais domésticos, de modo particular aos cavalos pela sua importância nos trabalhos agrícolas e no transporte.
O cortejo das Cavalhadas é o único que se realiza nos Açores e tem sido objecto de investigação e de estudo por entusiastas de diversos pontos do mundo.

Padre Edmundo Pacheco